Principais números
A cortiça é um fator indelével de desenvolvimento social e económico para os países do Mediterrâneo Ocidental. Combina uma tradição secular com as mais modernas práticas de uma indústria do futuro, líder em sustentabilidade. A extração de cortiça é o trabalho agrícola mais bem pago do mundo, pela especialização e cuidado que exige. 

Os montados de sobro são um dos poucos exemplos de exploração florestal totalmente sustentável, devido ao preço de mercado da cortiça.  
1.232M€

exportações portuguesas de cortiça
2%

das exportações de bens portugueses
+ 16.000

postos de trabalho em Portugal
Na vanguarda do setor, Portugal é líder mundial na produção, transformação e comercialização da cortiça. Possui a maior área do mundo de montado de sobro, mais de 720 mil hectares (34% do total), e produz mais de 85 mil toneladas de cortiça (46% do total). É o maior exportador mundial de produtos transformados tendo atingido em 2023 1.232 milhões de euros. 

As exportações portuguesas de cortiça representam cerca de 2% das exportações de bens portugueses e significam um saldo da balança comercial de 938 milhões de euros (2023). 
Combate à desertificação

A desertificação é um dos problemas mais prementes enfrentados pela humanidade. Em áreas rurais, só pode ser prevenida mediante a utilização sustentável da terra e a manutenção da viabilidade económica. As florestas de sobreiro, formando sistemas ecológica e economicamente sustentáveis, funcionam como um importante instrumento de prevenção contra a desertificação. Para além da preservação da biodiversidade e da regulação do ciclo hidrológico, travam o despovoamento (ao constituírem-se como sistemas agroflorestais economicamente viáveis). 

Nenhum outro produto substituto da cortiça será tão sustentável do ponto de vista ambiental, tendo em conta os solos pobres e as duras condições climatéricas. Em algumas povoações, a cortiça é o rendimento principal, mantendo essas áreas vivas com atividades económicas e sociais. A cortiça não só cria riqueza, como a distribui, tornando as regiões economicamente viáveis.

De uma perspetiva urbanística, os habitantes também confiam neste ecossistema único. Para além da regulação da água, do controlo do ar, das produções agrícolas em pequena escala, dos produtos domésticos e pessoais, há, também, uma imensa diversidade de atividades de lazer e recreio. 
Valor Humano

Nos sete países mediterrâneos produtores de cortiça, mais de 100.000 pessoas dependem direta ou indiretamente deste setor, segundo o WWF. Em Portugal, o sobreiro e os sistemas florestais representam 7.796 postos de trabalho fabris diretos. Milhares de postos de trabalho indiretos em atividades ligadas ao montado de sobro têm também uma importância incontornável: colheita de plantas medicinais e de cogumelos, produção de mel e cera, produção de carvão, caça, pecuária, observação de aves, turismo e passeios equestres. Um leque inesgotável de possibilidades que atraem o investimento, fomentam a indústria nacional, garantem emprego e contribuem para estimular a consciência ambiental. 
Capacitação dos recursos humanos 
A indústria portuguesa de cortiça tem investido, nos últimos anos, na qualificação e requalificação dos recursos humanos e que se reflete no aumento dos quadros médios e superiores das empresas, assim como nos profissionais altamente qualificados. Com os investimentos efetuados e com um processo de inovação permanentemente em curso, o setor conta com um novo quadro de profissões e necessita de novos conhecimentos e competências.

O Centro de Formação Profissional da Indústria de Cortiça assegura um conjunto de cursos de formação nas áreas da qualidade, higiene e segurança, línguas estrangeiras, gestão industrial, ambientem produção, comunicação e marketing, entre outras, oferecendo aos profissionais da indústria várias vertentes de formação: desde a formação modular à formação contínua, a formação para empresários e cursos de Educação e Formação de Adultos que conferem certificação escolar e profissional. Em 30 anos de existência, o Cincork formou 36 mil pessoas, tendo atingido, em 2014, um nível de 70 por cento de empregabilidade dos seus formandos, no âmbito da modalidade de aprendizagem. Em 2017, o Cincork formou mais 3.601 pessoas. 

Centro de Formação Profissional da Indústria da Cortiça (CINCORK) – está vocacionado para o desenvolvimento de programas de formação quer para jovens em situação de inserção na vida ativa, quer para os ativos das empresas, abrangendo diversas áreas.