O número de rolhas de cortiça produzidas anualmente em todo o mundo daria para completar 15 voltas ao perímetro da Terra.
Uma tonelada de pranchas de cortiça pode dar para produzir cerca de 67 mil rolhas.
No seculo XVIII, a indústria rolheira começa a florescer no norte de Portugal, devido à indústria do vinho do Porto. As rolhas eram talhadas à mão e um homem podia fazer cerca de três rolhas por minuto.
O maior e mais velho sobreiro do mundo chama-se Assobiador. Nome inspirado nos sons das aves canoras que pousam na sua ramagem. Plantado em 1783, este sobreiro tem mais de 14 metros de altura e 4,15 metros de perímetro do tronco.
Na Grécia Antiga, só os sacerdotes tinham permissão de cortar sobreiros que então eram vistos como símbolo de liberdade e honra.
Uma rolha natural, considerada em conjunto com o montado que dela depende, chega a reter 112gr de CO2 por cada unidade.
Na Cimeira da NATO, em 2010, várias personalidades como Barack Obama, Angela Merkel e Hillary Clinton receberam peças de moda e acessórios em cortiça. O Presidente dos EUA recebeu ainda uma coleira para o seu cão de água português, o Bo.
Em 1964, a cortiça é testada com sucesso nos veículos da NASA a velocidades que ascendiam a 17.900 pés por segundo.
Hollywood utiliza a cortiça para simular detritos de explosão. A cortiça entrou nos filmes Caça-Fantasma e Missão Impossível.
Em 2007, os CTT e a Assembleia da República lançam o primeiro selo de cortiça numa edição de 23.000 exemplares.
Em 2011, a Assembleia da República declara o sobreiro Árvore Nacional de Portugal.
As rolhas portuguesas vedam o whisky mais caro do mundo, o Dalmore Trinitas 64 que custa 118.000 euros a garrafa.
A cortiça foi usada 3000 a.C pelos egípcios e persas em outras aplicações que não rolha, mas logo serviu para vedar ânforas ou outros recipientes para o vinho.
A cortiça era uma das matérias-primas utilizadas nas caravelas que andaram por mares nunca dantes navegados e nos equipamentos militares da II Guerra Mundial.
O chão da catedral da Sagrada Família, em Barcelona, é de cortiça para melhorar a acústica e cortar o frio.
No século XVII, Dom Pérignon, monge beneditino, escolheu rolhas de cortiça para vedar o seu famoso champanhe.
Aquele que se acredita ser o mais antigo champanhe bebível do mundo está protegido com rolha de cortiça. Durante mais de 200 anos, permaneceu perdido num navio naufragado no fundo do mar Báltico, até ser descoberto no século XXI, em pleno estado de conservação.
Portugal foi pioneiro na legislação ambiental de proteção ao montado, sendo atualmente o principal legislador nesta matéria.
Após a invenção do microscópio ótico, em 1660, o cientista inglês Robert Hooke foi o primeiro a observar a estrutura da cortiça e a inventar o termo “célula”, até hoje utilizado.
Um centímetro cúbico de cortiça pode conter cerca de 40 milhões de células. E numa rolha de cortiça existem cerca de 800 milhões de células.
“Quem se preocupa com os seus netos, planta um sobreiro”. Velho e sábio ditado que nasceu pelo facto de ser necessário esperar mais de 40 anos para o sobreiro dar cortiça de qualidade para a produção de rolhas naturais.
A produção de cortiça não destrói árvores. Após o descortiçamento, o sobreiro realiza um processo de autorregeneração nunca visto noutra espécie florestal.
Um vedante de plástico emite 10 vezes mais CO2 do que uma rolha de cortiça. As cápsulas de alumínio emitem 24 vezes mais CO2 do que uma rolha de cortiça.
A cortiça foi o material utilizado numa das primeiras versões de boias de salvamento. Marine Spencer era um círculo de lona oleada com 800 rolhas agarradas por um cordão forte. As primeiras referências a esta boia surgem no final do século XVIII.
As radiações de micro-ondas permitem à cortiça render mais 40% a 80%. A cortiça multiplica-se e não perde nenhuma das suas propriedades. O trabalho foi desenvolvido pelo Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa, e foi finalista do Prémio Inventor do Ano da Agência Europeia de Patentes, na categoria Indústria em 2013.
A artista plástica Joana Vasconcelos incorporou cortiça na transformação do Trafaria Praia, apresentado na Bienal de Veneza. O cacilheiro foi transfigurado com elementos identificativos da cultura portuguesa. A cortiça evidenciou-se pela componente decorativa e em termos de performance técnica e de versatilidade estética.
A primeira garrafa da Coca-Cola, entre 1894 e 1899, era vedada com rolha de cortiça.
No final do século XIX, os responsáveis políticos de Madrid decidiram pavimentar a Rua Arenal com cortiça para reduzir o ruído provocado pelo trânsito de animais e pelas rodas das carruagens. O material, abundante na Península Ibérica, superou o teste para satisfação dos comerciantes e residentes dessa rua central da capital espanhola. No entanto, com a chegada da chuva, a cortiça, nessa altura, não conseguiu aguentar com as pisadas dos animais. A ideia de pavimentar as ruas da cidade com cortiça acabaria por ser abandonada.
Desperdícios resultantes da preparação da cortiça e/ou da sua transformação em rolhas.
Peças de cortiça virgem ou de reprodução cuja superfície é inferior a 400 cm².
Estruturas que atravessam o tecido suberoso e permitem as trocas gasosas entre a atmosfera e os tecidos vivos da árvore.
Operação que consiste em obturar os poros/lenticelas de rolhas de cortiça natural com uma mistura de cola e de pó de cortiça, proveniente do acabamento das rolhas e dos discos, de forma a melhorar a apresentação das rolhas e a qualidade de vedação.
Peça cilíndrica constituída de uma ou mais peças, em cortiça natural ou em cortiça aglomerada, obtida por extrusão ou moldação, para a fabricação de rolhas.
Cortiça virgem ou de reprodução que não foi submetida a nenhum tratamento depois da extração.
Cortiça de reprodução, tendo sido já cozida, aplanada, selecionada e eventualmente submetida a uma operação de escolha (usualmente designada por cortiça “em raça” ou “traços”).
Cortiça apta para transformação em rolhas e destinada ao seu fabrico, também conhecida por cortiça amadia.
Cortiça formada após tiradia da cortiça virgem.
Cortiça proveniente do terceiro descortiçamento e com espessura suficiente para a produção de rolhas.
Peça cilíndrica em cortiça natural, de espessura e diâmetro variáveis, usada para formar as rolhas técnicas.
Cortiça preparada, não classificada.
Partes da cortiça formadas na base do tronco, em contacto direto com o solo – chamados “sapatas” em Espanha.
Cortiça que apresenta, junto à barriga, células com um aspeto translúcido e contendo água após secagem.
Ato de retirar a cortiça da árvore.
Pessoa que com o machado retira a cortiça da árvore sem a danificar.
Conjunto de pranchas de cortiça preparada separadas por classes visuais e espessuras.
Fragmento de cortiça que pode apresentar tamanhos diferentes, classificado por granulometria e massa volúmica.
Indústria de transformação da cortiça em rolhas para vinhos e bebidas espirituosas.
Operação que visa limpar e/ou desinfectar rolhas, discos ou corpos.
Mancha amarelada que se desenvolve nas costas da prancha de cortiça, e que eventualmente apresenta uma descoloração no tecido suberoso adjacente, podendo desenvolver um odor característico.
Cortiça preparada, de qualidade e calibre suscetíveis de uma ulterior transformação por talha.
Canal lenticular visto em secção transversal.
Cortiça de reprodução de qualidade inferior, não susceptível de ser transformada por corte em rolhas, mas que após cozedura pode ser utilizada como matéria-prima no fabrico de granulados de cortiça (para a indústria rolheira).
Revestimento aplicado na superfície de rolhas ou corpos para rolhas para melhorar a qualidade de vedação e/ou uniformizar a seu aspeto visual.
Produto obtido da cortiça e/ou de cortiça aglomerada, constituído por uma ou mais peças, destinado a vedar garrafas ou outros recipientes e a preservar o seu conteúdo.
Obtida por aglutinação de granulados de cortiça, cuja granulometria é compreendida entre 0,25 e 8,0 mm, contendo pelo menos 65% de cortiça em massa, contendo aglutinantes e auxiliares de produção, obtidas por extrusão ou moldagem.
Rolha obtida por aglutinação de granulados de cortiça, cuja granulometria é compreendida entre 0,25 e 3 mm, contendo pelo menos 65% de cortiça em massa, contendo aglutinantes e auxiliares de podução, obtidas por extrusão ou moldagem.
Peça única, extraída por brocagem de um traço de cortiça.
Rolhas naturais cujos poros estão preenchidos com pó de cortiça.
Fazem parte das rolhas técnicas, com um corpo aglomerado e com um, dois ou três discos num dos topos, mas com um diâmetro maior que as rolhas normais.
Constituídas por um corpo de cortiça aglomerada muita densa e com discos de cortiça natural colados nos dois topos.
Rolhas de nova geração com um corpo de cortiça aglomerada de granulometria específica.
São constituídas por um corpo de cortiça natural ou aglomerada, que segue os mesmos procedimentos das rolhas naturais e técnicas, respetivamente, sobre as quais é colada uma cápsula de madeira, PVC, metal, vidro ou outros materiais.
Cortiça de reprodução, de baixa qualidade, não suscetível de ser transformada em rolhas.
Cortiça preparada, calibrada e isenta de calços, refugos e/ou de bocados.