O montado está integrado num dos 36 hotspots de biodiversidade do mundo e serve de habitat para algumas das espécies mais ameaçadas do planeta. É uma paisagem intensamente cultivada, representando cerca de 22% da área florestal nacional do país. Os sobreiros têm uma capacidade única de absorver CO2 da atmosfera e, por consequência, estima-se que os montados possam absorver até 14 milhões de toneladas de CO2 por ano. 
Montado absorve

14 M

toneladas de CO2 / ano 
O Montado é 1 dos

36 hotspots

de biodiversidade do mundo
Montado representa

22 %

da área florestal do país
Potencial ambiental
Além da excelência dos serviços ambientais que presta (incluindo a conservação dos solos, a regulação do ciclo hidrológico, a diminuição das emissões de carbono e a conservação da biodiversidade), o montado tem na extração da cortiça um processo ambientalmente sustentável, uma vez que nenhuma árvore é cortada. 

Em adição à elevada biodiversidade, os montados desempenham um papel fundamental na regulação hidrológica e conservação dos solos, fornecendo proteção contra a erosão eólica e aumentando a taxa a que a água da chuva se infiltra e reabastece os lençóis freáticos. Dado que os sobreiros intercetam, em média, 26,7% da precipitação total, diminuem também o escorrimento de água, evitando, deste modo, a erosão do solo. 
Os sobreiros fornecem grandes quantidades de material que se decompõe em húmus na camada superior do solo. Conseguem trazer dos níveis inferiores do solo para os superiores uma grande quantidade de nutrientes que, de outro modo, permaneceriam inacessíveis à vegetação herbácea. Têm uma elevada capacidade de retenção de água devido à sua porosidade, assim como alto teor orgânico. 

A copa das árvores do montado cria, ainda, um microclima que é menos excessivo no inverno e no verão, o que permite prolongar o período vegetativo da vegetação herbácea. Os sobreiros reduzem, também, a velocidade do vento, o que ajuda na proteção das culturas. 
Além disso, devido ao seu potencial valor económico, os bosques de sobreiros podem ser cruciais na constituição de áreas florestais que sejam uma barreira contra a desertificação. Por outro lado, funcionam como sumidouros de carbono, podendo contribuir para mitigar os efeitos das emissões de gases com efeito de estufa. 

Nos últimos 20 anos, verificaram-se 11 dos anos mais quentes dos últimos 125 anos e os investigadores da área reconhecem que estas alterações se devem às emissões de gases de estufa como o dióxido de carbono (CO2). Prevê-se que, neste século, o aquecimento seja de 1,4ºC a 5,8ºC. O sobreiro desempenha um papel fundamental nesta área. Para além de produzir oxigénio através da fotossíntese, a singular estrutura celular do sobreiro fixa o carbono. 
Segundo um estudo publicado pelo Instituto Superior de Agronomia (ISA), de Lisboa, o montado pode fixar cerca de 6 toneladas de CO2 por hectare e ano, o que corresponde, no caso de Portugal, a mais de 4 milhões de toneladas de CO2 por ano. É possível então concluir que as florestas de sobro do Mediterrâneo (2,1 milhões de hectares) possibilitam a retenção de quase 14 milhões de toneladas de CO2, por ano.